30/05/2018

O invisível aos olhos

Esta e uma cena que testemunhamos repetidamente. Alguns, com mais frequência, outros menos.

Consideramos corriqueiro o tráfego na nossa ponte móvel e, para a grande maioria, muito chato ter que esperar o vão móvel subir e descer em função do tráfego fluvial.

Feitas as considerações, vem a pergunta: vocês se deram conta do quê acontece numa estrutura dessas? Sim, porque o leigo costuma entender como carga o "peso", ou o resultado da ação da gravidade sobre os objetos. No entanto, temos muito mais do que isso.

Pontes são submetidas a cargas dinâmicas (veículos andam E param).

Sem levar em conta esta observaçãozinha acima, a tendência seria simplificar o raciocínio. Por exemplo: um carro popular, que pesa aproximadamente 1000kg (me perdoem os técnicos, uso esta unidade para que todos entendam a que estou me referindo). Voltamos ao carro! 1000kg, dividido por 4 rodas, dá 250kg por roda, certo? Errado!!

Isso somente acontece quando o veículo está estacionado, no plano horizontal.

Convido os motoristas a pensar um pouco: quando vocês freiam, a frente do carro baixa, não é? Isso é porque "o peso" do carro se desloca para a frente.
Da mesma forma, quando fazem uma curva, sentimos o carro "jogar" para o lado de fora da curva.

Bem, tudo isso, só é possível devido ao atrito dos pneus com a pista. Até aí, tudo bem.

Agora olhem para a foto novamente. Imaginem todos aqueles carros arrancando e parando. O atrito de todos os pneus transmite os esforços de arranca, anda e para ao pavimento da ponte. Este transmite ao sistema de vigas, depois para os pilares e finalmente às fundações. Tudo isso silenciosamente, sem que tenhamos notado sua existência, ou seu enorme trabalho dessa nossa sexagenária ponte do Guaíba.

Alguém teve que pensar nisso tudo!

Trafegue com reverência. É uma bela e resistente obra de arte.